Muito se fala em qualidade e em como ela pode transformar as organizações, mas afinal, de onde ela veio, como surgiu, quais os caminhos percorridos até aqui e quem foram os seus pioneiros? É exatamente sobre isso que falaremos neste artigo. 

Segundo a International Standardization Organization (ISO), a qualidade consiste na adequação das atividades empresariais com base nos parâmetros e requisitos definidos, visando sempre a satisfação do cliente.

Embora se acredita que a qualidade é sinônimo de perfeição, ela é a ciência que trata de otimizar os processos e promover a melhoria contínua das atividades, garantindo o sucesso organizacional.

Origem da Gestão da Qualidade

A Gestão da Qualidade teve a sua origem no século XVIII junto aos artesãos, que tinham o principal objetivo de produzir peças do mais alto nível para assim atender as necessidades dos clientes.

Com o passar do tempo, os modos produtivos foram alcançando lugares maiores, revisitando o que conhecemos como Revolução Industrial, onde o trabalho dos artesãos foi substituído por trabalhos mecânicos produção em massa.

E justamente aqui surge os primeiros passos da era da inspeção, uma das primeiras escolas da Gestão da Qualidade.

Porém, uma das principais críticas a essa era é que o foco era o produto acabado, e não a qualidade em si, já que a premissa era encontrar os produtos defeituosos e eliminá-los.

Após muitos estudos, surge a era do controle estatístico, associada ao conceito de produção em massa, onde foram aplicadas as primeiras técnicas de análise por amostragem, sempre focando na inspeção dos produtos acabados.

Contudo, essa visão só foi transformada a partir da década de 50, onde a preocupação deixou de ser os produtos e sim os métodos e processos utilizá-los para produzi-los.

Sendo assim, podemos dizer que a partir daqui, os conceitos passaram a ser amplamente gerenciais, trazendo a ideia de que esta ciência é uma espécie de filosofia, que deve ser aplicada continuamente para ter resultado.

Além disso, foi aqui que surgiu a premissa desta ciência como parte do todo, indo muito além de um único departamento, gerando resultados em todas as operações.

Evolução dos conceitos de qualidade

Após as primeiras observações, os conceitos foram evoluindo e se tornando cada vez mais filosófica, tendo um sentido mais amplo.

Assim, os primeiros passos nesse sentido foram dados por W.A. Shewhart, estatístico norte-americano que se preocupo com a questão da variabilidade na produção.

A partir dessa problemática, Shewhart criou duas ferramentas importantíssimas para a Gestão da Qualidade, que são o Controle Estatístico de Processo (CEP) e o Ciclo PDCA, que mais tarde ficou conhecido como Ciclo Deming da Qualidade.

Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão ficou destruído, e para auxiliar em todo o processo, Deming foi convidado pela Japanese Union of Scientists and Engineers (JUSE) para treinar as empresas e indústrias acerca do controle estatístico e da mudança de pensamento.

A partir daqui, a visão muda para uma filosofia empresarial e modelo de negócio, que deve ser aplicada em sua totalidade para trazer resultados.

Já na década de 70 e 80, a gestão estratégica está diretamente ligada com a gestão da qualidade, trazendo conceitos como competitividade e desempenho ao mundo empresarial.

Pioneiros da Gestão da Qualidade

Dentro da Gestão da Qualidade, existem diversos autores que contribuíram para o desenvolvimento da ciência.

Porém, alguns nomes se destacam ao longo da linha do tempo da qualidade, e os principais deles são:

• Walter Shewhart;
• William Edwards Deming;
• Joseph Moses Juran;
• Kaoru Ishikawa;
• Armand Vallin Feigenbaum;
• Philip Crosby.

A seguir, vamos falar um pouco sobre cada um deles e as suas contribuições para a qualidade.

William Edwards Deming

William Edwards Deming contribuiu para a reconstrução das empresas e da indústria japonesa no momento pós Segunda Guerra Mundial, aplicando conceitos como a melhoria contínua e a otimização do trabalho organizacional.

Inclusive, Deming foi um dos maiores apoiadores de que os colaboradores possuem potencial ilimitado, e que para isso, é essencial possuir um clima organizacional favorável.

Joseph Moses Juran

Joseph Moses Juran é reconhecido como o pai da Qualidade Moderna, principalmente por implementar as técnicas de controle de qualidade baseado em dados estatísticos.

Inclusive, foi Juran que trouxe a ideia de conformidade e a sua relação com a satisfação do cliente, e não apenas a qualidade no processo produtivo.

Kaoru Ishikawa

Kaoru Ishikawa atuou, ao longo da sua carreira, na transformação dos conceitos já existentes, focado sempre no controle da qualidade como filosofia organizacional.

Sendo assim, as principais contribuições de Ishikawa são os círculos de qualidade, diagrama de causa e efeito, organização das 7 ferramentas da qualidade e claro, a transformação do pensamento, cultivando os conceitos da qualidade como filosofia.

Armand Vallin Feigenbaum

Armand Vallin Feigenbaum é o grande pioneiro no Controle da Qualidade Total, focado na satisfação da necessidade dos clientes, e consequentemente, os resultados organizacionais.

Além disso, ele também defende que a qualidade é algo que vai além de um setor específico, e deve ser trabalhado em toda a organização.

O autor também propôs que a qualidade possui pilares como a definição de padrões, a conformidade dos processos, melhoria contínua por meio das correções e o planejamento de ações que façam com que os processos se tornem cada vez mais competitivos.

Philip Crosby

E por fim, temos Philip Crosby, que foi o pioneiro nos conceitos de zero defeito para manter os processos em conformidade.

Além disso, ele também acreditava que a participação da Alta Direção é essencial para que os conceitos se desenvolvam de forma efetiva, principalmente nas ações que compõem o Sistema de Gestão da Qualidade.

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