Inteligência Artificial (IA) na Gestão da Qualidade – e agora Gepeto?
Inteligência Artificial (IA) na Gestão da Qualidade – e agora Gepeto?
A Inteligência Artificial (IA) na gestão da Qualidade é o tema que mais tem gerado dúvidas na cabeça das pessoas. A mais recorrente delas, e talvez a mais complexa, é:
“Será que vou perder meu emprego?”
Afinal, cada vez mais pessoas tem usado recursos de Inteligência Artificial para as mais diversas finalidades. De trabalho à entretenimento, tudo parece estar sendo “dominado” pelas IAs…
Mas será mesmo? 🤔 Calma que a gente já chega lá!
Na Gestão da Qualidade, é claro, não seria diferente! Todos os dias milhares de profissionais tentam entender como os modelos de IA (generativos, preditivos, embarcados ou quaisquer outros) podem ser úteis. Os mais comuns, inclusive, já fazem parte da rotina dos Profissionais da Qualidade.
Você que me lê, por exemplo, muito provavelmente já utiliza (ou utilizou) algum tipo de IA. Quem nunca fez uma pauta automática de reunião online ou gerou uma imagem? Quem nunca, mesmo que por curiosidade, não conversou com o Chat GPT ou o Gemini? Assim, o futuro pode parecer um tanto assustador, pode parecer que não temos mais lugar no trabalho.
Aliás, como você pode ter certeza de que esse texto realmente foi feito por mãos humanas? Indo além, quem garante que o Dave realmente existe? Será que não é só um personagem criado pelo Chat GPT… Calma, eu existo eu juro, haha! E posso prova, veja:
Conversando sobre IA na gestão da Qualidade (em vídeo para você saber que eu existo!)
Também postamos um vídeo sobre esse assunto lá no nosso Youtube, assim dá pra ter mais certeza de que eu sou humano! 🤣 Lá, falei um pouco sobre esse tema e fiz algumas outras reflexões, se liga:
A grande verdade é que “IA não é novidade”
Brincadeiras à parte, voltemos ao assunto. A IA não é tão novidade quanto pensamos, os primeiros estudos da área começaram em meados da década de 50! Pesquise por Perceptrons e você vai achar algumas coisas interessantes. (Parece um nome de Transformers, mas é um assunto bem interessante, enfim)

No campo prático, alguns Sistemas Especialistas (algo que gosto de chamar de “modelos rudimentares de IA”, haha) já eram usados na década de 70. Um exemplo relativamente famoso que encontrei nas minhas pesquisas é o XCON. Criado no final desta mesma década, o XCON fazia muita coisa (para a época). Ele conseguia
- Selecionar componentes para a montagem de um computador (computador, outra “novidade” na época);
- Analisar a compatibilidade entre estes diferentes componentes;
- Produzir diagramas diversos mostrando relações entre os componentes e, assim, ajudar na montagem das máquinas;
- E até mesmo determinar a melhor disposição física dos componentes dentro dos gabinetes.
Existem até mesmo períodos chamados de “Invernos da IA” (AI Winter). Como o próprio termo diz, são momentos em que o interesse por essa tecnologia “esfriou”. Assim, são lacunas de tempo em que o financiamento e progresso na pesquisa em inteligência artificial foi drasticamente reduzido.
Entretanto, esse é um assunto MUITO extenso, e eu só arranhei a superfície desse Ice Berg! Assim, se você gostou, recomendo pesquisar mais. (depois de ler meu texto! 😅)
A Inteligência Artificial nasceu e cresceu, mas ainda estamos aqui!
A questão é que pesquisei o bastante para comprovar uma teoria comum: mesmo que IA cresça, ainda precisaremos de pessoas. Afinal, eu e você existimos e continuamos trabalhando, gerando valor e crescimento.
Muitos empregos vão acabar? Acredito que alguns sim, mas a grande maioria vai apenas “mudar”. Ou seja, eu não vou mais passar horas e horas, dias e dias, montando uma planilha, a IA vai fazer isso por mim (e o 8Quali já faz 😉), mas eu ainda vou analisar os resultados, tirar conclusões e tomar decisões.
“Ah, mas Dave, a IA também vai analisar os dados, ‘danou-se’…”. Sim, mas ainda assim eu vou precisar validar isso e pensar na estratégia da minha empresar. Entender como as informações se conectam com os objetivos, estratégias e, acima de tudo, com a Cultura da minha organização.
E ainda que cheguemos ao ponto de ter uma IA Generativa (uma “IA geral para todas as coisas”), ainda assim temos o poder de ESCOLHER se queremos seguir suas informações à risca ou não. Entretanto, não se engane, escolher é um ato de muita consciência e muito mais difícil do que parece (mas não quero falar disso, ao menos neste texto!).
Portanto, para concluir a pergunta “Será que vou perder meu emprego?”, minha opinião sincera é que a inteligência Artificial é como o Thanos (ou aquela canção de Bruno & Marrone): inevitável! Entretanto, as pessoas são, sempre foram e sempre serão indispensáveis, assim como elas são o coração de uma empresa.
O primeiro desafio: integração específica e geral
Inclusive, essa importância inerente do ser humano já se faz presente no início de tudo. Afinal, por melhor que seja a IA, ainda vamos precisar integrar tudo:
- Quais coletas vão para onde?
- O que precisamos coletar?
- Como conectar tudo isso à inteligência artificial X, Y e Z?
- Como essas IAs deverão encarar os dados?
- Etc, etc, etc, e etc…
Não estou falando só de programadores e especialistas e em TI (Tecnologia da Informação), das pessoas responsáveis pela parte técnica. Mas sim de profissionais como eu e você, que sabemos quais dados são mais relevantes, quais representam nosso contexto e empresa. Assim, muito provavelmente, já aqui temos empregos que vão mudar.
Não é fácil coletar os dados e transferi-los para uma IA. Ou seja, alguém vai ter que ajudar a fazer essa integração, mesmo que com menos dificuldade, ela vai continuar com desafios técnicos. Assim como alguém vai ter que selecionar as melhores coletas, as melhores informações, os melhores “tipos” de dados, que precisarão ser, mais tarde, trabalhados nas Inteligências artificiais.
Isso tudo, ainda por cima, integrando diferentes sistemas, é claro. Por exemplo: CRM, ERP, Power BI, APIs diversas, grandes bancos de dados e assim por diante. Os desafios de integrar tudo isso são enormes. Assim, sempre precisaremos de pessoas. E, seguindo com o tema, esse será uma dos primeiros e mais importantes desafios para podermos utilizar as IA com todo seu potencial. (isso, na minha humilde opinião)
Possíveis aplicações da IA na gestão da Qualidade
Olha, falar sobre o que pode acontecer como a Inteligência Artificial pode beneficiar a Qualidade é complexo. Isso porque, de forma geral, não sabemos muito bem até onde a IA vai. O que ela será REALMENTE capaz, só o tempo dirá.
Entretanto, tentei juntar alguns insights e falar sobre algumas coisas, na minha opinião, são quase certeza ou “já acontecem”. Vamos dar uma olhadinha nisso tudo, bora!
O que “já é possível” fazer?
Antes de continuar, coloquei assim, entre aspas, porque é algo que conseguimos fazer, mas não propriamente na Qualidade!
Podemos, por exemplo, subir uma planilha no Chat GPT e pedir para ele analisar, mas isso não é nativo e específico para Qualidade. Ou seja, é uma solução possível, mas ainda genérica, com pouca assertividade. No futuro, isso tudo será mais natural e preciso, mas já acontece!
- Análise de dados e indicadores: já é possível pedir auxilio na análise de dados, tal qual expliquei acima. Inclusive, é possível pedir insights de indicadores;
- Inspeção de qualidade em tempo real: já existem ferramentas que inspecionam visualmente peças e ajudam a determinar a conformidade delas, o que facilita a inspeção (e vai possibilitar inspecionar 100% da produção) com facilidade e baixo custo;
- IA na documentação: a criação automática de relatórios, descrições de processos e outros tipos de documento já acontece. Seja por meio de softwares que organizam dados (como o 8Quali 😎) ou pedindo ajuda a IAs que criam textos;
- Gestão preditiva da manutenção: já existem ferramentas que ajudam na manutenção de máquinas industriais. Porém, com a IA, é possível antecipar falhas em equipamentos (com base em histórico e condições de operação, etc). Isso ainda não é algo 100% preciso, ou barato, mas é possível;
- Chatbots internos de apoio ao SGQ: chatbots já são uma realidade faz tempo (mesmo que sejam irritantes). Porém, com IA, acredito ser possível criar uma ferramenta realmente boa, que responda dúvidas sobre nossos procedimentos, ITs ou indicadores por exemplo.
O que poderá ser possível?
Agora, vou tentar um exercício de futurologia! 🔮
Entretanto, confesso que algumas coisas me confundiram e talvez já existam, assim como podem ser, mesmo não existindo, algo inevitável. Então, tenham paciência comigo! Vejamos!
- IA como “auditor invisível”: câmeras, sensores, dados e outros dispositivos de monitoramento integrados a uma IA geral podem ser um auditor em tempo real e contínuo; (esse futuro me dá um pouco de medo por N motivos, mas não quer falar disso agora)
- Fim da coleta manual e melhoria da predição: NCs, erros, falhas, riscos, etc. Não precisaremos mais fazer coletas manuais, o “Auditor Invisível” fara isso por nós. E a IA detectará padrões e desvios automaticamente, bem como fará o Controle estatístico de Processos;
- Classificação automática de registros: a Inteligência Artificial fará, sozinha, a categorização e arquivamento de evidências de auditoria, criará e definirá tipos de erros, falhas, não conformidades, etc.;
- Simulação de cenários: a IA poderá testar virtualmente impactos de mudanças no sistema de gestão antes de aplicá-las ou planos de ação corretiva antes de os executarmos. Da mesma forma, ela poderá simular e otimizar fluxos de processo, testando tempos, movimentos, gargalos e sugerindo melhorias contínuas;
- Automação na tratativa de NCs: com os dados corretos, uma IA poderá classificar automaticamente um não conformidades, analisar causas raízes, sugerir ações corretivas, criar planos de ação e, até mesmo, priorizar tratativas com base em impacto e probabilidade. (só vai faltar executar a tratativa sozinha, ou será que não? 🤔)
Poder iremos, mas deveríamos?
Eu tentei não “viajar” muito em tudo que propus acima, entretanto, mesmo assim, gostaria de fazer uma ressalva quanto ao cuidado! Muito claramente, algumas ferramentas, funcionalidades e práticas serão realidade e, de todas as formas, serão benéficas.
Por exemplo, com maior integração entre ferramentas de coletas de dados e IAs, a análise de dados será MUITO mais simplificada. Inteligências bem treinadas, inclusive, conseguirão sugerir e analisar indicadores com muita precisão. Isso sem contar com a facilidade de organizar tudo isso.
No futuro, o controle de versões poderá acontecer, talvez, de forma automática, sem ação humana. A IA analisará documentos, políticas, não conformidades e determinará se os documentos estão ou não atualizados, se estão ou não conformes.
Porém, em ambos os casos, eu não sei se delegar completamente essas tarefas é uma boa ideia. Nosso olhar humano sempre será um fator decisivo e, mesmo com muita assertividade, acredito que a Inteligência Artificial poderá errar. Na melhor das hipóteses, talvez, ela não enxergue conexões, oportunidades de melhoria e ideias que nós, humanos, conseguimos ver.
Além disso, há o fator ético das IA na gestão da Qualidade
Agora, te convido a “viajar na maionese” junto comigo!
Imaginemos que no futuro possa existir uma “Certificação por Consciência Coletiva”. Assim, as empresas seriam avaliadas não por auditorias tradicionais, mas pela consciência coletiva digital formada pelo cruzamento de todas as interações humanas e digitais.
Um chip coletaria tudo direto da cabeça das pessoas! Então, a conformidade seria medida pelo comportamento prático, ético e colaborativo da organização. Tudo seria reconhecido automaticamente em uma “rede neural global de confiança” (sei lá, algo assim).
Antes de continuar: primeiro, não estou dizendo que isso será possível; segundo, não estou dizendo NECESSÁRIAMENTE que isso é certo ou errado!
Isso talvez seja possível, mas seria ético “vigiar” as pessoas? Seria ético eliminar a interação e comunicação humana delegando tudo a um computador? Ou será que isso tudo seria uma forma de melhorar as pessoas, evoluir a raça humana a outro nível bio-digital? E as respostas para essas perguntas é: não sei, me diz aí!
A maioria das discussões sobre IA na Gestão da Qualidade estão centradas em “A Inteligência Artificial vai substituir as pessoas”. Não me entendam mal, essa problemática é importante e requer atenção. Entretanto, no longo prazo, acho que ela não é a mais importante. A questão maior é se realmente devemos nos entregar à IA tão desenfreadamente como estamos fazendo.
P.s.: também há uma questão energética extremamente complicada, as IAs consomem MUITA eletricidade. MUITA mesmo! Não abordei esse tema aqui, mas em âmbitos gerais vale pesquisar isso.
Benefícios da IA na gestão da Qualidade
De qualquer forma, seja qual forem as respostas para o futuro, a Inteligência Artificial é e continuará sendo inegavelmente positiva em diversos aspectos. Por isso, resolvi fazer uma lista didática como ela nos ajuda e continuará ajudando. Vejamos:
- Automação de tarefas repetitivas: a IA pode eliminar atividades manuais, chatas e burocráticas, como registro de dados, controle de versões e preenchimento de relatórios;
- Redução de erros humanos: decisões baseadas em dados e padrões estatísticos minimizarão falhas de digitação, cálculos e até mesmo de interpretação;
- Velocidade na análise de grandes volumes de dados: uma boa IA processa informações em segundos, algo inviável aos seres humanos;
- Identificação precoce de não conformidades: sistemas inteligentes vão, sem dúvidas, detectar desvios antes que eles causem impacto no cliente, nos colaboradores e partes interessadas;
- Apoio à melhoria contínua: os sistemas vão aprender com resultados anteriores e sugerir novos caminhos de otimização;
- Transformação de dados em conhecimento: a IA vai organizar, interpretar e compartilhar aprendizados entre equipes e com gestores, diretores e outros profissionais;
- Estímulo à inovação: no geral, a automação pode liberar tempo para pensarmos, criarmos e experimentarmos novas soluções (será?);
- Redução da sobrecarga cognitiva: teremos menos planilhas, menos tarefas repetitivas e talvez isso nos dê mais foco em decisões e criatividade!
Tudo isso pessoal, é extremamente excitante e vai, definitivamente, mudar o mundo de forma inimagináveis! Eu gostaria de ser congelado para ver o mundo daqui uns 1000 anos! (eu acho! 🚀😅)
8Quali: a tecnologia do futuro!
Enquanto a Inteligência Artificial avança, muita tecnologia já existe e pode ajudar seu SGQ a ser mais forte e assertivo. Com o 8Quali, você já conta com vários níveis de automatização, garantindo tratativas de não conformidades mais ágeis, uma gestão de documentos rápida e segura, além de vários dispositivos incríveis na gestão de riscos.
Tudo isso, assegurando registros e evidências para auditorias e organizando informações em dashboards e relatórios. Com o 8Quali, você não só garante sua certificação como também, e mais importante, evolui seus processos. Assim, sua empresa conquista resultados em todas as áreas! Clique no botão abaixo e aproveite o melhor que a tecnologia pode te oferecer:
Conclusão: um teste sobre IA na gestão da Qualidade
Gostaria de terminar este texto com um “experimento”. Eu acessei o Chat GPT com o texto escrito até o capítulo anterior. Até o “(eu acho! 🚀😅)” ali de cima. Então, escrevi a seguinte instrução (prompt):
“chat, leia esse texto e crie uma conclusão final para ele. Faça-a completamente sua, sem seguir o estilo de escrita ou peculiaridades do texto em questão”
O resultado foi este:
“A Inteligência Artificial é, talvez, o espelho mais fiel que a humanidade já criou de si mesma. Ela aprende como as pessoas, erra como elas e, aos poucos, começa a devolver perguntas sobre o que significa ser humano. Na gestão da Qualidade, sua presença não representa o fim da jornada, mas um convite à evolução. Permitir que a máquina cuide do previsível é abrir espaço para que o ser humano se dedique ao improvável: à criatividade, ao propósito e à melhoria genuína.
No fim das contas, a IA pode prever padrões e calcular riscos, mas apenas as pessoas podem escolher o que vale a pena melhorar. É nessa escolha — profundamente humana — que continua pulsando o verdadeiro coração da Qualidade.”
Sinceramente, é uma boa conclusão. Eu gosto dela. Mas vale dizer que, mesmo eu pedindo para que ela não levasse aspectos do texto em conclusão, isso é impossível porque ela redigiu o final com base nele.
Mesmo assim, eu prefiro a minha conclusão, que eu mesmo redigi. A minha conclusão mais humana. Pode ser apenas arrogância minha, mas vejamos:
Conclusão final: Gepeto, nós somos o boneco de madeira? 🤔
Eu poderia dizer que a IA na gestão da Qualidade não veio substituir o profissional da qualidade, mas “elevar sua capacidade de enxergar o sistema”. Que “onde antes havia dados dispersos, hoje há conhecimento conectado”. Ou então que “antes havia reação, agora há previsão”. Slogans bonitos, não? Mas eu prefiro dizer que estamos passando por um momento em somos meio que um boneco de madeira.
Lembra da história do Pinóquio? O Gepeto o cria e, inicialmente, ele é apenas uma marionete, controlada por fios e etc. No início, ele era apenas isso, portanto, apenas algo que se movia de acordo com os comandos que recebe (com os inputs).
Agora, pensem comigo: o chat GPT não é exatamente assim? Inclusive, olha o nome GPT. Vou chamar de Chat GePeTo agora, haha!
Ou seja, a inteligência artificial ainda é assim, só trabalha de acordo com os inputs que enviamos. Mas isso vai mudar e ela vai ser realmente algo mais intuitivo, ela não vai precisar de inputs nossos (ou precisará cada vez menos). Ela vai “criar vida”? Bem, não sei, mas vai ser MUITO melhor!
A única coisa que não podemos fazer, definitivamente, é deixar os papéis se inverterem. Isso é tudo opinião minha! Nós não podemos deixar a IA (na Gestão da Qualidade ou em qualquer outro aspecto) comandar nossas empresas, pessoas, trabalhos e vidas! Não podemos, portanto, ser o boneco de madeira controlado pelo Gepeto!





