Avaliação de Desempenho, termo curto composto de apenas 3 palavrinhas, mas que coloca muitos profissionais para tremer. Afinal, ele nunca vem sozinho, está sempre acompanhado de outros jargões que a gente conhece bem: Auditorias, Análises Críticas, Indicadores, NPS, não conformidades…

Com esses termos, muitas vezes, balizamos todo o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), fazendo dele apenas um conjunto de métricas. Outras vezes, fazemos também o mesmo com os profissionais, resumindo-os apenas aos resultados negativos de todos esses termos. E é aí que surge o medo. 

Por isso, no artigo de hoje, gostaria de dar um norte para trabalharmos de forma mais assertiva. Fazendo, portanto, o que Deming pregava em seu 8º princípio: Eliminar o medo! Até o final deste artigo, espero que consigamos entender pontos importantes para os SGQs e, assim, fazer da Avaliação de Desempenho algo mais real e útil para todos nós! Bora lá? 

Porque as pessoas sentem medo da Avaliação de Desempenho? 

Antes de tudo, precisamos entender que o medo da Avaliação de Desempenho, seja do SGQ ou pessoal, não é sobre a avaliação em si, mas sobre o que ela representa. E é aqui que o problema começa, porque as pessoas simplesmente não sabem o que ela representa.

Quando as pessoas ouvem “Vai ter auditoria!”, por exemplo, o que vem à cabeça delas mais ou menos isso:

• Vão julgar meu trabalho, me punir;
• Estão descontentes comigo;
• Estou cometendo erros e não sei;
• Vão me demitir porque tem algo errado;
• Vão “me dar bronca” por alguma coisa;
• Estão procurando desculpas para me mandar embora;
• E infinitos outros pensamentos que nem mesmo imaginamos.

Eu e você, nós sabemos que nada disso faz sentido, que nada disso nunca foi sequer cogitado. Afinal, uma boa auditoria faz TUDO, menos o que está na lista acima. Entretanto, muitas vezes falhamos ao comunicar isso. (Mesmo a ISO 9001 tendo um item inteiro sobre comunicação 😅)

Portanto, nosso primeiro passo é fazer as pessoas entenderem para que serve uma auditoria! Precisamos tirar da cabeça delas que as Avaliações de Desempenho são um fator individual. Afinal elas são, sempre, sobre processos! Ao ouvir “Vamos analisar indicadores!”, por exemplo, os colaboradores precisam pensar:

• Vamos reavaliar o processo e encontrar melhores formas de trabalhar;
• Se conseguirmos corrigir o problema X vamos eliminar retrabalho;
• Melhorando o processo atingimos as metas, assim, conseguimos melhores salários, benefícios e condições de trabalho;
• Trabalhando o indicador Y podemos compreender melhor o que nossos clientes buscam;
• Se os indicadores da ISO 9001 melhorarem, quem sabe implementamos a 45001 e melhoramos nossa segurança interna;
• Mudar é difícil, mas seja qual for o apontamento da Avaliação de Desempenho, vamos nos esforçar para conquistar melhorias e benefícios para todos que trabalham e dependem da empresa;
• e por aí vai!

Tirando o peso das pessoas e colocando a responsabilidade nos processos

A ISO 9001 tem um requisito muito interessante sobre papéis e responsabilidades, e os colaboradores são vitais para qualquer empresa. Porém, pessoas são passíveis de erros, processos podem não ser. Portanto, o primeiro passo é fazer as pessoas compreenderem que a Avaliação de Desempenho não é sobre elas, é sobre os processos.

Se dissermos para um colaborador “Amanhã vou avaliar você!”, ele passará o dia procurando erros, pensando e perdendo a produtividade (e os cabelos, hehe). Agora, se dissermos “Amanhã vamos falar sobre o uso de EPIs” ele saberá sobre o que estamos falando e se deve ou não se preocupar.

Ações para mudar o cenário das Avaliações de Desempenho (na ISO 9001 ou no que quer que seja)

Dessa forma, para mudar a cabeça das pessoas e transformar medo em ação, nós podemos recorrer a algumas outras ações práticas. De forma geral, eu indicaria que você:

• Crie uma cultura de feedbacks constantes (positivos e negativos): pense comigo, se o único momento em que o colaborador recebe retornos é na avaliação formal e ela é sempre negativa, ela naturalmente ganha um peso negativo. Feedbacks regulares tornam o processo mais leve e contínuo, além de ajustar as coisas ao longo do tempo;
• Envolva os colaboradores na definição das metas e critérios: sinceramente, avaliar alguém com base em metas que ela nem sequer ajudou a construir chega a ser injusto. Afinal, a clareza e o senso de pertencimento reduzem muito a ansiedade, além de tornar mais claro o futuro do próprio trabalho;
• Foque no desenvolvimento geral, não no julgamento: essa aqui é complicada, e uma das que mais acontecem. É nosso famoso “caçar culpados”. Assim, busque trocar sistematicamente o “Por que você errou assim?” por algo na linha do “Como podemos melhorar isso juntos?” (é meio clichê, mas funciona!);
• Prepare muito bem quem avalia: acredite, muitos líderes têm mais medo de avaliar do que os avaliados têm de serem avaliados (parece trava língua, mas é verdade). Agora, imagine os resultados de alguém com medo de avaliar avaliando outra pessoa com medo de ser avaliada? Catastrófico! Então, sempre treine líderes para fazer isso com empatia, escuta e foco em evolução. Além disso, busque ensinar técnicas de feedback e mostrar que, acima de tudo, é o processo que está em avaliação.

Tratando casos isolados como casos isolados…

Muito bem, muito bem! Agora, se fizermos tudo que coloquei na listinha acima nada mais vai dar errado. Assim, todas as pessoas vão amar a Avaliação de Desempenho, decorar o requisito 9 da ISO 9001 e ansiar desesperadamente pela próxima reunião de análise crítica. Certo? Bom, nós sabemos que não!

Mesmo que o panorama melhore muito, ainda pode haver certo friozinho na barriga. Afinal, o medo do novo é um sentimento humano, uma parte inerente de grande parte de nós. Além disso, mesmo num ambiente saudável, bem organizado e comunicado, o medo pode ser interno, uma característica individual ou adquirida. Ele pode até mesmo vir de experiências passadas, inseguranças ou do próprio perfeccionismo.

Portanto, ainda precisaremos gerenciar as coisas. Quando (“quando”, e não “se”) isso acontecer, trate isoladamente cada caso, conversando e comunicando corretamente as coisas. Muitas vezes, as pessoas vão lidar bem com isso sozinhas, conversando com colegas e entendendo os processos. Entretanto, em casos específicos, aja naturalmente e faça um trabalho focado em conscientizar e ensinar.

Isso pode parecer complexo e um trabalho gigantesco, hercúleo, e talvez seja no começo, mas aos poucos as coisas se organizam. Aos poucos o sistema como um todo começa a se ajustar e, assim, organicamente como deve ser, as coisas mudam!

Avaliação de Desempenho: a famosa bússola da gestão…

Sabe, sou uma pessoa muito preocupada com clichês, jargões e coisas do tipo. Afinal, eles são a mais pura representação de quem somos e como pensamos, ou como reproduzimos as coisas. Eles me fascinam porque, na maioria das vezes, simplesmente não funcionam, são palavras vazias.

Por exemplo, é extremamente comum ouvir falar algo como “A Avaliação de Desempenho é a famosa bússola estratégica das empresas”. O conceito é bonito, afinal predispõe direcionamento, foco, jornada. Entretanto, em muitos casos, as empresas só falam por falar.

Ao invés de bússola, a Avaliação de Desempenho é uma arma apontada para as pessoas, pronta para disparar. Ao invés de direcionar ela gera dor, demissões, caos e inquietação. “Se tivermos não conformidades, cabeças vão rolar!”, brada a diretoria. E pasmem, essas empresas são as que não sabem por que as pessoas não gostam das auditorias…

Entretanto, otimista que sou, vejo coisas boas à frente. Afinal, conheci e conheço muitas pessoas que partilham desta visão. Assim, pouco a pouco, nós vamos desarmando as empresas e criando ambientes saudáveis, orgânicos e que se avaliam e melhoram para todos que deles dependem, interagem e convivem! 👊🏻😉

Dica final: 8Quali simplificando suas Avaliações de Desempenho

Ah, e para finalizar, se você quer transformar a Avaliação de Desempenho em algo mais leve, eficiente e conectado com os objetivos do seu SGQ, o 8Quali pode ser seu melhor aliado! Com ele, você organiza indicadores, facilita análises críticas, auditorias e engaja as equipes em processos de melhoria contínua. Tudo em um só lugar, seguro, acessível e integrado!

Afinal, como vimos, avaliar não precisa ser um peso! Com as ferramentas certas, inclusive, é ainda mais fácil fazer isso virar parte natural da gestão! Clique no botão abaixo e fale com o pessoal:

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