O Protocolo de Manchester é uma ferramenta extremamente utilizada na área da saúde e que tem ajudado a salvar muitas vidas. Isso porque ele facilita algo que, geralmente, causa muita dor de cabeça a profissionais de todas as áreas: a priorização!

Decidir o que fazer primeiro em meio a dezenas, centenas ou até mesmo milhares de tarefas é bastante complexo. Volta e meia, nos deparamos com algo executado na hora errada, ou com algo que deveria estar pronto. Agora, imagine quando isso se aplica a um hospital, por exemplo. Neste contexto, dezenas de pessoas aguardam atendimento e nós precisamos decidir quem atenderemos primeiro.

E o pior: se decidirmos errado, alguém que precisa de atendimento urgente pode ser deixado de lado. Entretanto, quando o assunto é a saúde das pessoas, priorizar errado pode literalmente custar uma vida.

Assim, criou-se o Protocolo de Manchester para evitar erros deste tipo e sua utilização tornou-se comum mundo afora. No artigo de hoje, vamos entender como ele funciona e até o final deste artigo você vai entender os princípios básicos de funcionamento dessa metodologia. Bora lá?

O que é o Protocolo de Manchester?

Simplificando de forma didática, o Protocolo de Manchester é uma metodologia de triagem que possibilita classificar e priorizar o atendimento de pacientes em serviços de emergência, tais quais pronto-socorro de hospitais.

A metodologia recebe esse nome pois é resultado dos esforços de um trabalho colaborativo realizado em Manchester, no Reino Unido. Entre 1994 e 1995, profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) de 9 hospitais diferentes se reuniram para criar um sistema que permitisse priorizar melhor os atendimentos.

Após muitos estudos, o protocolo é então aplicado pela primeira vez em 1997, no Hospital Manchester Royal Infirmary, na Inglaterra. A partir daí, diversos hospitais no mundo todo implementariam a metodologia, melhorando a priorização e atendimento de seus pacientes.

O Protocolo de Manchester é um marco importante na melhoria do atendimento emergencial. Provavelmente, você já o viu em funcionamento caso tenha ido a qualquer pronto-socorro. Eu, particularmente, moro em uma pequena cidade do interior do Paraná, com impressionantes 8.320 pessoas (dados do IBGE, eu acho que tem mais, hehe). No hospital municipal, há uma plaquinha no pronto-socorro com as cores do protocolo expostas.

Como funciona o Protocolo de Manchester?

A metodologia é bastante simples, o que garante sua utilização até mesmo em ambientes “caóticos”. Ela utiliza classificações por cor, categorizando os pacientes com base na gravidade dos sintomas e na urgência do tratamento.

Ao chegar a um pronto-socorro, o paciente é avaliado e recebe uma cor (geralmente atribuída por meio de uma pulseirinha). Esta cor mostra sua prioridade de atendimento e a urgência com que ele precisa ser atendido. Essas cores são:

• 🔴 Vermelho – Emergência: caso extremamente urgente, em que o paciente precisa de atendimento imediato;
• 🟠 Laranja – Muito Urgente: caso grave, em que o paciente necessita de atendimento rápido;
• 🟡 Amarelo – Urgente: o paciente apresenta condição grave, porém menos imediata e com possibilidade maior de espera;
• 🟢 Verde – Pouco Urgente, Não Emergencial: o paciente não apresenta condição grave e pode aguardar;
• 🔵 Azul – Não Urgente: atribui-se para casos que não necessitam de atendimento imediato, cuja condição é mais simples.

Essas classificações de urgência e gravidade também determinam o tempo que um paciente pode ou não esperar. No geral, quanto maior o risco de óbito, menor será o tempo de espera; algo que é determinado por diversos fatores. No momento da chegada do paciente, avaliam-se questões como a existência de dor torácica, convulsões, alguma hemorragia, febre em pacientes infantis, trauma em membros inferiores e muitos outros.

A partir desta análise e da avaliação de diversos fluxogramas (encontrei fontes dizendo que são 53; e outros dizendo que são 51), determinamos a cor (gravidade) e o tempo de espera (urgência). Encontrei uma imagem no site do governo brasileiro que ilustra bem isso, vejamos:

Importância do Protocolo de Manchester

Principalmente em hospitais de grandes centros, o fluxo de pacientes pode ser muito alto. Nestes contextos, priorizar e conseguir atender as pessoas de forma a utilizar melhor o tempo é fundamental. (ah, aproveitando, se você é da saúde vale a pena conhecer também o Protocolo de Londres)

Primeiramente, o Protocolo de Manchester apresenta parâmetros claros para avaliar, classificar, ordenar e atender os pacientes. Já aqui, ele oferece aspectos formais estudados e validados que possibilitam mais agilidade e assertividade no momento da triagem. Esses padrões agilizam o atendimento como um todo, servem como um norte em momentos de tensão e oferece maior segurança e atendimento no momento certo para quem mais precisa dele.

Além disso, em segundo lugar, a simplicidade é outro fator chave. O uso de cores faz com que a seleção e atendimento se torne mais visual, facilitando o atendimento pós triagem. Com isso, o Protocolo de Manchester fecha um ciclo completo de priorização, atuando para classificar e ordenar o paciente e, mais tarde, ajudando a organizar os atendimentos em espera.

Assim, de forma geral, podemos dizer que o Protocolo de Manchester é uma metodologia completa, simples e muito eficaz. Ele possibilita, portanto, mais profissionalismo e um atendimento pautado em fatos e dados. Assim como atua diretamente para organizar a rotina de um ambiente muito complexo e tenso.

Cores que salvam vidas

Quando trabalhamos com atendimento ao público, muitas vezes utilizamos a regra do “Chegou primeiro é atendido primeiro”. Isso funciona muito bem quando vamos à padaria comprar pão ou quando estamos na fila do cinema. Porém, quando o assunto é a vida humana, as coisas mudam.

Neste segundo caso, não faz muito sentido atender primeiro alguém com uma farpa no dedo ao invés de alguém com uma hemorragia. Ou alguém prestes a infartar. Ou alguém com severas crises de náuseas. Assim, em qualquer que seja a situação, priorizar bem quem será atendido primeiro será uma questão de vida ou morte.

Enquanto eu escrevia esse artigo, só consegui pensar no quanto o Protocolo de Manchester representa a mais pura equidade humana. Aqui, atendemos as pessoas de acordo com suas necessidades reais, priorizando salvar vidas acima de tudo. Ou seja, todos serão atendidos, porém de acordo com o tempo que podem esperar.

O Protocolo de Manchester faz com que todos recebam tratamento justo e com que, acima de tudo, a vida humana seja priorizada. Assim, por fim, é como naquela famosa figurinha que circula pela internet afora (veja abaixo ⬇️). Afinal, não adianta oferecer tratamento igual para necessidades diferentes.

QUALIDADE: transforme urgência em oportunidade! 😉

Como vimos, priorizar e organizar as coisas pode ser um pouco complicado na área da saúde. Isso, seja para atender pacientes ou organizar o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ).

Entretanto, assim como o Protocolo de Manchester organiza prioridades no pronto-socorro, o 8Quali pode te ajudar a classificar, agir e resolver com agilidade as dificuldades do SGQ. Tenha processos bem definidos, decisões assertivas e mais segurança para sua gestão. Então clique no botão abaixo e vamos tratar sua Qualidade como ela merece!

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